10.11.14
O Juízo Final – Tríptico de Viena – (1482), Hieronymus Bosch (1450-1516). Feliz Natal e boa passagem de ano a todos.
Marcadores:
Feliz Natal,
Hieronymus Bosch
22.9.14
12.9.14
Em tempos de Guerra iminente...
+
Historiquement, la morale s'opposera à la politique et aura dépassé les fonctions de la prudence ou les canons du beau, pour se prétendre inconditionnelle et universelle, lorsque l'eschatologie de la paix messianique viendra se superposer à l'ontologie de la guerre. Les philosophes s'en méfient. Ils en bénéficient certes pour annoncer aussi la paix; ils déduisent une paix finale de la raison qui joue son jeu au sein des guerres anciennes et actuelles : ils fondent la morale sur la politique. Mais divination subjective et arbitraire du futur, fruit d'une révélation sans évidences, tributaire de la foi, l'eschatologie, pour eux, ressort tout naturellement de l'Opinion. Levinas in Totalité et Infini
Marcadores:
#,
emmanuel levinas,
paz,
poesia,
queremos paz
1.9.14
O barco do criador do Poema Sinfônico (Liszt) e o sinfônico Poema de Tomas Tranströmer (1996).
GONDOLA LÚGUBRE N.° 2
I
Dois idosos, sogro e genro, Liszt e Wagner, moram no Canal Grande
juntamente com a mulher incansável casada com o rei Midas
que transforma tudo o que toca em Wagner.
O frio verde do oceano emana pelo chão do palacete.
Wagner está marcado, seu conhecido perfil de arlequim mais cansado do que nunca,
seu rosto é uma bandeira branca.
A gôndola está carregada com o peso da vida deles, duas idas e vindas e uma só de ida.
II
Uma janela do palacete se debate e as pessoas fazem careta para este traço repentino.
Lá fora, vê-se a gôndola do lixo, cujos remadores são dois bandidos, cada qual com um remo.
Liszt escreveu alguns acordes tão pesados que será preciso encaminhá-los
para análises no instituto de mineralogia de Padova.
Meteoritos!
Pesados demais para repousar, só conseguem afundar cada vez mais no futuro até
cair no ano dos camisas negras.
A gôndola está carregada com o peso das pedras empilhadas do futuro.
III
Uma espiada em 1990.
25 de março. Inquietação por causa da situação na Lituânia.
Sonhei que havia visitado um hospital enorme.
Sem médicos nem enfermeiros. Apenas pacientes.
No mesmo sonho, uma menina recém nascida
que pronunciava frases inteiras.
IV
Ao lado do genro, que é um homem do seu tempo, Liszt é um grão-senhor surrado pelo tempo.
Trata-se de um disfarce.
A profundeza, que prova e descarta diferentes máscaras, escolheu precisamente esta para ele –
a profundeza que quer adentrar nas pessoas sem jamais mostrar seu rosto.
V
O abade Liszt costuma ele mesmo carregar sua mala entre flocos de neve e raios de sol
e quando chegar a sua vez de morrer, ninguém estará lhe esperando na estação.
A aragem morna de um conhaque muito bem destilado leva-o para longe no meio de uma encomenda.
Ele sempre tem encomendas.
Duas mil cartas por ano!
O estudante que escreve as palavras erradas cem vezes antes de voltar para casa.
A gôndola está carregada com o peso da vida, simples e negra.
VI
De volta a 1990.
Sonhei que eu dirigi duzentos quilômetros em vão.
Então, tudo aumenta. Pardais do tamanho de galinhas
cantaram tão alto que obstruíram meus ouvidos.
Sonhei que desenhara teclas de piano
no tampo da mesa da cozinha. Eu as tocava, mudas.
Os vizinhos vieram ouvir.
VII
O cravo que ficou calado durante todo o Parsifal (mas ouvindo) enfim tem algo a dizer.
Suspiros… Seufzer…
Quando Liszt tocar esta noite, manterá o pé embaixo no pedal
para que a força verde do oceano suba pelo chão e se infiltre em todas as pedras do prédio.
Boa noite, bela profundeza!
A gôndola está carregada com o peso da vida, simples e negra.
VIII
Sonhei que era o primeiro dia de aula e eu chegava atrasado.
Todos os alunos na sala tinham máscaras brancas diante do rosto.
Eu não soube dizer qual deles era o professor.
COMENTÁRIO: Na virada de 1882 para 1883, Liszt fez uma visita a sua filha Cosima e ao marido dela, Richard Wagner, em Veneza. Wagner veio a morrer alguns meses depois. Neste período, Liszt compôs duas peças para piano publicadas com o título “Gôndola da tristeza” (La lugubre gondola).
Marcadores:
Liszt,
Tomas Tranströmer
8.8.14
praça palestina (mais uma vez)
da palestina ouvíamos
a rádio
mais popular
e a música mais popular
no bairro
onde o bombardeio
interrompia
o recreio
o lazer dos mais velhos
na praça a jogar xadrez
e moças fingindo-se
de inocentes
estarão em outra praça
próxima a rapazes
a fingirem-se de inocentes
até o último estalo
o penúltimo estrondo
Marcadores:
p=a=l=e=s=t=i=n=a
15.7.14
Por falta de tempo para
compor longo ensaio demonstrando por z = x + iy que as telas de
Jean-Michel Basquiat (1960-1988) extrapolam os limites das artes
plásticas para se configurarem como Poesia ou Música segue algumas
telas sugerindo este aparente despautério.
Dizer que a obra de JMB
é tão somente poética ou musical é trair o que ali se apresenta
pecando por imprecisão.
De outro modo e no
mesmo tema: todos os temas da Arte estão presentes e condensados na
forma em que o Artista eleger para, por meio de uma linguagem
específica, comunicar sua inspiração porque no fundo de uma Obra
autêntica repousa a Complexidade do Humano.
Marcadores:
Jean-Michel Basquiat
11.6.14
20.5.14
Marcadores:
#BringBackOurGirls
11.5.14
Marcadores:
Adieu au Langage,
Jean-Luc Godard
18.3.14
You’ll show me poems; it will be a lovely evening.
18 MARCH (1910)
Dear Max,
Dear Max,
I cannot quite make out from your card whether you have received mine. Nor could I pull myself together sufficiently to write to Baum all this while. Didn’t I write recently that all I could still do was Müller exercises. Well, I can’t even do them anymore. Recently I had rheumatic pains in my shoulders, then they slid down to the small of my back, then into my legs, but instead of going on into the ground as you might expect, they went up into the arms. It’s perfectly in accord with all this that the raise in salary I expected today hasn’t come, won’t come next month either, but only after I’m so tired of waiting for it that I don’t give a damn.What pleases me most about the novella, dear Max, is that I have it out of the house.Tomorrow I’ll come over to see you around seven o’clock (it’s six o’clock now and I’m still in the office), also because of Bohemia. You’ll show me poems; it will be a lovely evening.
So long.
Yours, Franz
***
Marcadores:
um kafka menos assustador
13.3.14
1.2.14
fury, lucille clifton (1936 - 2010)
for mama
remember this.
she is standing by
the furnace.
the coals
glisten like rubies.
her hand is crying.
her hand is clutching
a sheaf of papers.
poems.
she gives them up.
they burn
jewels into jewels.
her eyes are animals.
each hank of her hair
is a serpent's obedient
wife.
she will never recover.
remember. there is nothing
you will not bear
for this woman's sake.
Marcadores:
lucille clifton
9.1.14
Avant-dernier mot, Jules Laforgue (1860 - 1887)
L'Espace?
– Mon Coeur
Y meurt
Sans traces...
La Femme?
– J'en sors,
La mort
Dans l'âme...
Le Rêve?
– C'est bon
Quand on
L'achève...
Que faire
Alors
Du corps
Qu'on gère?
Ceci,
Cela,
Par-ci
Par-là...
Y meurt
Sans traces...
La Femme?
– J'en sors,
La mort
Dans l'âme...
Le Rêve?
– C'est bon
Quand on
L'achève...
Que faire
Alors
Du corps
Qu'on gère?
Ceci,
Cela,
Par-ci
Par-là...
Marcadores:
Jules Laforgue
Assinar:
Postagens (Atom)