31.8.11

TER o tempo nas costas e 
TER o tempo.
TER a vida e 
o tempo
o tempo para vida e 
o tempo pára a vida,
ter a espera nas costas
para que ela viva
(viva na memória)
ter a espera dela
e nela um moinho

casa e moinho:
moinho ou
tempo nas coisas.

27.8.11

rilke, antes



22.8.11

Soneto Já Antigo

Olha, Daisy: quando eu morrer tu hás de
dizer aos meus amigos aí de Londres,
embora não o sintas, que tu escondes
a grande dor da minha morte. Irás de

Londres p'ra Iorque, onde nasceste (dizes...
que eu nada que tu digas acredito),
contar àquele pobre rapazito
que me deu tantas horas tão felizes,

Embora não o saibas, que morri...
mesmo ele, a quem eu tanto julguei amar,
nada se importará... Depois vai dar

a notícia a essa estranha Cecily
que acreditava que eu seria grande...
Raios partam a vida e quem lá ande!

21.8.11

o capitalismo é outro humanismo, a crise econômica é outro humanismo.


15.8.11

contra-corrente.

para dizer
o modo
exato
de como
seguir
aquilo
ou
pelo modo
de ser o
mote
que a palavra
diz
(o que é)
então
ela
reporta
ela
mes-
ma
dita
ou a di-
ta
palavra
no mov
mento de
entra-da
e toda
iden-
tica
na saí-
da.

11.8.11

Argumento em Duns Scotus (Opus Oxoniense IV, d. 43, q. 2) sobre a felicidade, sobre a imortalidade também.

"Ademais, é conhecido naturalmente que uma espécie inteira não é carente de seu fim. Pelo menos este é atingido em algum indivíduo. Ora, é conhecido naturalmente que a felicidade é o fim da espécie humana. Portanto, é também conhecido naturalmente que o homem pode consegui-la pelo menos em algum indivíduo. Ora, não pode consegui-la nesta vida por causa de múltiplas misérias que a acompanham, tais como as vicissitudes da fortuna, a fraqueza do corpo, a imperfeição do saber e da virtude, a instabilidade e fadiga no exercicio do ato de perfeição.  De tal maneira que nenhuma operação, por mais que seja agradável no início, pode ser sempre agradável. Até mesmo, se ela se torna fastidiosa, será agrádavel cessá-la. Ora, é conhecido pela razão natural que a operação que torna o homem feliz não é desagradável nem pode ser possuída apenas pela alma separada do corpo, pois em tal caso o homem não atingiria o seu fim. Portanto, será possuída noutra vida e pelo todo conjunto de corpo e alma. Parece, por conseguinte, que pela razão natural se conclui, pelo menos, em que coisas o homem alcança o seu fim."

9.8.11

+ 1 poema c/ lrp,. da cidade. sobre a cidade.

#

a cidade é um dia de chuva
me ocorre o refúgio dos parapeitos
me ocorre a chuva e a cidade, me ocorre

um verão menor a sobrevir
vir o sol e o dia, vir

ameno, à boca de boas novas,
a cidade é um dia de contas:


é amorfo o calendário das mudanças,
é um rio a cidade ou um dia de chuva.

6.8.11

cantar caymmi. cantar a vida. cantar o mar.

3.8.11

A Carta, Mario Quintana

Hoje encontrei dentro de um livro uma velha carta amarelecida,
Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria...

Eu tenho um medo
Horrível
A essas marés montantes do passado,
Com suas quilhas afundadas, com
Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas...

Ai de mim,
Ai de ti, ó velho mar profundo,
Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios!