28.2.13

Evocar Martin Buber

O sentido da ação não é tão evidente quando se trata da relação com o TU humano. O ato essencial que instaura aqui a imediatez, é comumente interpretado em termos de sentimentos e, por isso mesmo, desconhecido. Os sentimentos acompanham o fato metafísico e metapsíquico do amor, mas não o constituem: aliás estes sentimentos que o acompanham podem ser de várias qualidades. O sentimento de Jesus para com o pocesso é diferente do sentimento para com o discípulo-amado; mas o amor é um. Os sentimentos, nós o possuímos, o amor acontece. Os sentimentos residem no homem mais o homem habita em seu amor. Isto não é simples metáfora mas a realidade. O amor não está ligado ao EU de tal modo que o TU fosse considerado um conteúdo, um objeto: ele se realiza entre, entre o EU e o TU. Aquele que desconhece isso, e o desconhece na totalidade de seu ser, não conhece o amor, mesmo que atribua ao amor os sentimentos que vivencia, experimenta, percebe, exprime. O amor é uma força cósmica. Àquele que habita e contempla no amor, os homens se desligam do seu emaranhado confuso próprio das coisas; bons e maus, sábios e tolos, belos e feios, uns após outros, tornam-se para ele atuais, tornam-se TU, isto é, seres desprendidos, livres, únicos, ele os encontra cada um face-a-face. A exclusividade ressurge sempre de um modo maravilhoso; e então ele pode agir, ajudar, curar, educar, elevar, salvar. Amor é responsabilidade de um EU para com um TU: nisto consiste a igualdade daqueles que amam, igualdade que não pode consistir em um sentimento qualquer, igualdade que vai do menor, ao maior, ao maior do mais feliz e seguro, daquele cuja vida está encerrada na vida de um ser amado, até aquele crucificado durante sua vida na cruz do mundo por ter podido e ousado algo inacreditável: amar os homens.
Eu e Tu, Primeira Parte,  22-23

13.2.13

William Butler Yeats, William Butler Yeats



Aedh wishes for the cloths of heaven

Had I the heavens’ embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.

9.2.13

um belvedere, um café



nunca te amei castro alves
e poetas não devem ser expulsos da república
sem a tua presença a cidade é menor
e recordo o que disse o sábio monge
sei o que é cultura e conheço a bahia
não sei o que é cultura e bahia na mesma frase
tua poesia é parte da cultura ignorada pelo monge
porque a poesia é um fenômeno da cultura
e querem confirmar o que disse o monge
te expulsando da praça que é tua
da cidade que é tua