27.3.09

Outdoor


Há na Bahia, para quem parte da Univerdade Católica em direção ao cemitério da federação ou como eu, para ao corredor da Vitória, o tal Campo Santo, uma ladeira de nome igual a este. No meio dela, para quem passa de ônibus ou carro, se dá observar um outdoor que diz, em pinche, no espaço em branco, algo como:

“vendo esse espaço vazio”

Naturalmente, quem vende não é o responsável pelo Outdoor em questão. Trata-se, todavia, de um irreverente pichador & de inteligência igualmente irreverente.

É interessante ver como a Bahia, até no mais corriqueiro, nos faz refletir uma questão séria: a quem pertence o espaço publico? Pode- se vender algo no espaço publico sem, de certo modo, ofender quem reivindica o estar-publico nesse mesmo espaço?
Fico com questão dele...

25.3.09

21.3.09

e o moinho no corredor da sala


e o moinho no corredor da sala
biblioteca: corredor-moinho,
portas, sandálias e vento
Que’u não vencia ao ver
vinho ou vizinho. 

Poesia, janelas,
Certo Conde Prozac me faz delirar com o azul da saia dela.
Nela dentro e fora a roda do moinho gira
Ao lado, o moinho, afora: afoga
ar poeira ninho,
e moía imagens
De prazer e desalinho,
Teima na forma
do lado oposto da
rua
Esquerda e direita
Da sala:
.............livro-moinho

20.3.09

*כִּי-עַזָּה כַמָּוֶת אַהֲבָהכִּי-עַזָּה כַמָּוֶת אַהֲבָה


O conceito é de dupla evocação: se a pós-modernidade é época de dissoluções, é sobretudo época de convergências também. Lugar de heterodoxismos, polifonia, no dizer de M. Baktin em outro contexto onde aqui pela esquina do absurdo, Surrealismo encontra o Barroco, num mesmo trabalho de colagem, como sugerido pela professora Valécia Ribeiro.

Há o Transbarroco como superação do Barroco, além Barroco, no meio do processo: infelizmente diferente da minha proposta. Proponho nessa obra algo como o Surrealismo (Max Ernest, especialmente in Floresta com Sol, 1925) que atravessa o Barroco. Aquilo do Sol e da Lua na mesma paisagem morta, envolta em trevas, Claro e Escuro, Dia e Noite que também é a um só tempo o sepultamento do coração enquanto romantismo ou para ser mais preciso, pieguismo. De onde o paradoxo Vida e Morte e toda a problemática daquela “pérola imperfeita” reclamando à Arte mesmo seu locus de “teatro sacrum.”

Daí há uma terceira evocação, entrecortada enquanto crítica, algo igualmente comum aos pós-modernos, incapazes do originalmente novo evocar no seu Fazer: dupla critica. Surreal, penso, é paisagem de Sol e Lua: metáfora igualmente das dicotomias Barrocas que se me atravessa o crânio, como no delírio do Amor, do Amante.
 
*(Por que o amor é forte é como a morte Ct. 8,6)

10.3.09

Escrevam na lápide da minha Tumba:

AMOV ATÉ ENLOVQUECER
depois que louco amar outra vez decidira

quem dá  poder também tira.

O amor deu: tumba e espera.
o amor tirou o que jamais dera:
Ela.
 Que para mim não é como Tumba
fria onde mortos em espera
aguardam Quem faz levantar:
como flores desabrocham com a relva,
porque foi morte e semente
na escura terra. 


9.3.09

julgamento para Van Gogh


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agora preparo um Julgamento para Van Gogh:
mar adendo, mar adentro...
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