11.8.11

Argumento em Duns Scotus (Opus Oxoniense IV, d. 43, q. 2) sobre a felicidade, sobre a imortalidade também.

"Ademais, é conhecido naturalmente que uma espécie inteira não é carente de seu fim. Pelo menos este é atingido em algum indivíduo. Ora, é conhecido naturalmente que a felicidade é o fim da espécie humana. Portanto, é também conhecido naturalmente que o homem pode consegui-la pelo menos em algum indivíduo. Ora, não pode consegui-la nesta vida por causa de múltiplas misérias que a acompanham, tais como as vicissitudes da fortuna, a fraqueza do corpo, a imperfeição do saber e da virtude, a instabilidade e fadiga no exercicio do ato de perfeição.  De tal maneira que nenhuma operação, por mais que seja agradável no início, pode ser sempre agradável. Até mesmo, se ela se torna fastidiosa, será agrádavel cessá-la. Ora, é conhecido pela razão natural que a operação que torna o homem feliz não é desagradável nem pode ser possuída apenas pela alma separada do corpo, pois em tal caso o homem não atingiria o seu fim. Portanto, será possuída noutra vida e pelo todo conjunto de corpo e alma. Parece, por conseguinte, que pela razão natural se conclui, pelo menos, em que coisas o homem alcança o seu fim."