25.5.09

para píndaro

"Tenho sobre
a língua
uma pedra
de amolar
cantante,
que me faz
invadir pelo
fontes."

22.5.09

Palimpsesto






#

Ou como as
formas em meu
retrato lá
que é casa
e a música alta
da banda extinta em março passado
e pilha de recados mudos
no criado mudo,
dizendo amor e ódio e
o marasmo da imagem,
após café
e apócrifos
de um verso antigo
velho,
ultrapassado:
onde era comum
dizer amor,
repito:
dos finados.

15.5.09

anatómico, e







"...Doravante, quando o homem estremece na alienação e o
mundoo angustia, ele levanta o olhar (para a direita ou
para esquerda,pouco importa) e avista uma imagem... "
Martin Buber, Eu e Tu

#

Da garganta
_________ao estômago e
até a língua até as pálpebras
lá: na laringe
__da planta nos pés à porta,
chaga - calota - o Nome
orante da minha infância
sonhos de ver Cultura
de ver avanço;
______Sonho no estômago
das entranhas,
joelhos e
esqueço o verso na Esperança
e o que a mão apalpa,
fluído.

12.5.09

(in)concluso

para ilka

ilka já disse que ele disse
dizer quando diz sua fala:
silêcio

(ilka diz)

gilson, 
deixa de trauma
ilka já disse
deixa de manha
ilka já disse
disse?

"então ele se põe de pé 
para tela do computador quando espera
pela espera que inspira aquela
(nele) costura e
quando interroga o real"

e não termina o poema.

11.5.09

olhar a face





#

Santo Sudário sempre desconcertou-me: nenhum carbono o explica bem. 

#

addendum


"Que raízes são essas que se arraigam, que ramos se esgalham
Nessa imundície pedregosa? Filho do homem,
Não podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas conheces
Um feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol,
E as árvores mortas já não mais te abrigam, nem te consola o canto dos grilos,
E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca. Apenas
Uma sombra medra sob esta rocha escarlate.
(Chega-te à sombra desta rocha escarlate),
E vou mostrar-te algo distinto
De tua sombra a caminhar atrás de ti quando amanhece
Ou de tua sombra vespertina ao teu encontro se elevando;

Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó."

the wast land, t. s. eliot, enterro dos mortos,
 trad. ivan junqueira

10.5.09

com o V

poesia desem(p)licatória   

Para Velimir Klébnikov
Veias, vaias, vou:
guio o distante
instante
e digo que vaia
velhos:

cegos – e a deselegância – 
para dizer  V.
Voto, vara, veias:
vatapá (azeite)
forço,
e repito no ritmo,
forçado:

e velas para ela,
a Imaculada,
sim

5.5.09

Roubai todo meu sentido...

Pois com entranhas de Mãe
Quereis de mim ser comido,
Roubai todo meu sentido
Para vós 

Ao Santíssimo Sacramento,
Pe. José Anchieta de Portinari

4.5.09

estudo