24.10.11

All my dreams fulfilled...

22.10.11

trecho da introdução ao livro do profeta baruc (bíblia teb) + 2 passagens desse profeta de notável gênio.

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"Você já leu Baruc? Era um gênio notável!" (La Fontaine, segundo Louis Racine). Foi na Vulgata que La Fontane leu Baruc, por ocasião de um ofício de trevas ao qual Jean Racine o havia levado. Não podendo deixar de admirá-lo, La Fontaine perguntou ao amigo: "Notável gênio esse Baruc: quem era ele?"

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"Direis:
Ao Senhor nosso Deus pertence a justiça, mas a nós, a vergonha no rosto, como hoje se vê! A vergonha para o homem de Judá e os habitantes de Jerusalém, para nossos reis, nossos chefes, nossos sacerdotes, nossos profetas e nossos pais. "  Br 1, 15-16

e

"Onde estão os que se divertem com
os pássaros do céu,
os que põem em reserva a prata e o
ouro,
nos quais os homens puseram sua
confiança,
eles, cuja fortuna não tem limites?
Onde estão os que lavram a prata e
fazem dela o objeto de seu cuidado,
eles, cujas obras superam a
imaginação?"  Br 3, 15-18

19.10.11

Essa coisa de lascar pedras... e a faísca... a fumaça na usina entre as palavras.... é primavera e não há Sol.... sem Adma ou museu ou um filme do Bergman..

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nada
ainda
se
diz

o que soa
volteia
irresol
vível

algaravia
conversa
desconexa
na treva

riscamos
no chão
incerto
signo

5.10.11


salomão que me perdoe (ecl 1,9) mas alguma coisa aconteceu (e está acontecendo: se você está em salvador visite o mam) na capela que antes era propriedade beneditina (como quase tudo que está nessa cidade de algum modo pertence aos beneditinos: se você conhece um pouco de história sabe disso) com a exposição dessa tal de beatriz franco.

 "sob o mesmo céu" é um recorte de algo muito vasto e também muito particular a todos nós. essa instalação e exposição fotográfica é uma provocação à diversidade pela maneira da poesia que está na imagem, fanopéia, como no dizer do ezra pound.

debaixo do céu há o humano e acima dele o que não cabe na fala, na escrita, no logos.

o problema  é que salomão se limitou a delimitar a existência das coisas debaixo do sol e sob a noite de beatriz um universo se abre e se re-vela pela maneira da beleza: abrindo espaço para o advento da arte que ousa dizer o outro e dizer o mesmo.

e é nessa ousadia do outro e do mesmo que alguma coisa (pelo modo da fricção) ocorre. a fotografia no olhar de beatriz franco revela uma verdade muito antiga: a beleza do sagrado no céu que está aí para tudo o que sob ele se movimenta.

no caderninho onde se dá ler alguma coisa sobre a exposição a própria beatriz reafirma o mistério da imagem e coloca (problematizando) a questão da origem lançando luz no velho desafio do começo de tudo com o seu recorte do céu-poesia e igualmente céu-mistério.

o sujeito que se dirige até a capela do mam é convidado a desvendar essa exposição escura sob o céu da beatriz. a fotografia do céu é posta no teto da capela-museu e no chão da entrada deste mesmo lugar está a provocação a todos que se permitem a esse momento de rara e deliciosa fruição: "estamos todos  sob o mesmo céu".

assim sendo, acolhamos o convite para igualdade da nossa origem divina debaixo do céu de beatriz franco.