14.4.09

elegia para abril


abril
despedaço-me 

sem kadaré
 
pontes que se
ligam com
outro lado
arcos da ponte
ao lado:
nozes afagos
perfume?


o rapaz que 
não esqueçe:

(fios a fenecer
 fêmea que 
começa a 
envelhecer)

e tem  folha
       ora

acordar cedo
agora
 
e rasga o 
recado que
acaba o mês 
dos fracassos
dos acasos
dos afagos no

travesseiro 
abandonado.

só aos ratos
aos trapos
aos farrapos:
sim é Abril.
sem Amor

diz a porta que

tranca a casa
:
abriu, abril.

2 # comentários:

Saulo Moreira disse...

Lindo mesmo.
Abril é mês 4, quando envelheço. Sou ariano outonal. Dai a identificação corporal com esse texto.
Penso: sua poesia está entre o conceitual e o simples.
Nosso entre-lugar de cada dia.
Abraço!

gilson figueiredo disse...

Salve Saulo,

daqui um abraço igualmente
terno
&
sem terno,
me emociona seu comentário...

*

toca, enfim...