30.9.08

Recital (mais) Exposição Corpo e Tempo


“Corpo e Tempo”, “Tempo e corpo”, o “Corpo”, o “Tempo”: são palavras muito antigas escolhidas como tema para a exposição dos trabalhos realizados na Oficina do Museu Rodin da Bahia, sob a égide – sem exagero algum – da Educadora Valécia Ribeiro. Tanto quanto antigas estas palavras são sobretudo originais, na medida que são, enquanto palavras, atualizadas pela própria existência do Homem-no-Mundo e do Mundo-no-Homem.

Com efeito, talvez sejam alí mesmo, anteriores aos mitos de Kronós e Criação – Teogonia – uma vez que tudo ocorre e decorre independente dessa necessidade do Homem de dar Nomes às coisas e conceituar bem como fazer Filosofias... (Embora tudo comece qdo é dito o fiat, qdo a palavra é dita).

Ora, dizer Tempo é atualizar na historicidade e História do Homem-no-Mundo a essência de sua vivencia que no Tempo mesmo o Homem inventa em sua espacialidade e caminho.
Sendo o corpo a primeira experiência humana em qual momento desse mesmo experienciar-a-si-mesmo , consciente de sua existência, o Homem acena para o sentido profundo de Tempo? “Por conseguinte, o que é o Tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; porém, se quero explica-lo a quem me pergunta, então não sei...” Santo Agostinho, Confissões, XI, 14, pág. 338. ed. Paulus.

Alías, não havendo Tempo senão pelo envelhecer e perecer das coisas e não como realidade palpável em si mesmo, onde o Homem inquieto de sua espacialidade Limitada e Limitante, alcança Tempo e Fluir, por isso e para isso, encarnado no Mundo? 

Para além da subjetividade de cada Tempo e em cada individuo e para todo Eterno que o Homem delimita para não enlouquecer que o Fazer artístico pelo modo de dialogar com o futuro pelo presente cristaliza e territorializa, pela urgência do Novo e porque nascer e morrer não deve finalizar sua existência – do artista, obviamente – sedenta do não visto.

O Tempo da arte deve ser o não-haver-tempo no corte colorido ou não que o Fazer do artista produz. E há a Beleza (ομορφιά) que não sabemos o que é uma vez que: “... a beleza é uma coisa terrível e espantosa. Terrível porque indefinível e não se pode defini-la porque Deus só criou enigmas...” Dostoievski (1821-1881), Irmão Karamazovi, pág. 94. Ed. Nova Cultural.

Houve o Tempo de aprender sob a Luz de Valécia Ribeiro como houve o Tempo para ela aprender pelo Mundo e nessa tessitura de saberes, na esteira do amor e da Curiosidade, que fora re-afirmada Luz em oposição às trevas, – ignorância, a saber – e agora compreendido, com a consciência de que tudo é Processo, encerra.

25.9.08

Introído de como dizer Letícia.

Letícia é meu Poema interminavel: onde repouso pela idéia como os que deitam o rosto na aréia da praia para dalí deixar sua máscara. Máscara onde vêm guardas-chuvas é Leticia para mim: um modo de oração silenciosa e prece para tornar-me mais Humano. Um porto de eterna chegada, sorriso e jardim. Signo que dança e dança e dança e é Fluxo.

Fixa-se onde mora a Beleza na minha cabeça essa tal Letícia,
minha alegria original.

18.9.08

Recados


Oi gente, Boas notícias, confirmei hoje com o Palacete da Artes a data da nossa exposição: 27 de setembro (sábado), na área externa do Museu. Estou encaminhando o arquivo com os títulos e textos que vocês me enviaram para confirmação, dêem uma olhada para ver se está tudo certo, os que ainda não enviaram, peço que por favor me mandem até sexta (12.09), bem como aqueles que queiram fazer alguma alteração. Aproveito para mandar as poesias do Recital, por enquanto só Avany e Gilson, espero que os outros se animem!!! Pelo que conversamos no dia da visita ao meu ateliê, e também por sugestão da Larissa, em função dos temas que foram mais trabalhados na oficina, estava pensando em " O Corpo e o Tempo" como título da exposição. O que vocês acham? um abraço,

Valécia Ribeiro

16.9.08

imagem com carroça e outras frutas

Brasília, 15/IX/08

a imagem,
da carroça 
com maçãs
e desce de 
meias Gaze
a moça pele 
romã

apressada 
corre para
o Leste
e retorna 
molhada:
quem na 
chuva
não 
padece?

e volta ao início 
maçãs para praça 
e para feira :(para 
ela as maças 
da espera)

e tem pejo
e retorna
sua imagem 
com carroças 

9.9.08

rilke, depois





#
Brasília/Salvador - 13/IX/08


de olhar tenso
meditando 

o futuro
(ruínas)

átomos sobre átomos sobre átomos
então
______átomos e átomos,
desato.

e com seu Stundenbuch
_____cc contempla
o que contempla

de volta 

(praga)
e jardins amarelos
catedrais
ou castelos

átomos sobre átomos sobre átomos

( homens-doentes,
ou robôs-de-plástico ditando
homens-de-plástico)

e seu Livro-das-Horas,
medita

átomos sobre átomos sobre átomos.