13.5.08

Corona, Paul Celan


Da mão o outono me come sua folha: somos amigos.
Descascamos o tempo das nozes e o ensinamos a andar:
o tempo retorna à casca.

No espelho é domingo,
no sonho se dorme,
a boca não mente.

Meu olho desce ao sexo da amada:
olhamo-nos,
dizemo-nos o obscuro,
amamo-nos como ópio e memória,
dormimos como vinho nas conchas,
como o mar no raio sangrento da lua.

Entrelaçados à janela, olham-nos da rua:
já é tempo de saber!
Tempo da pedra dispor-se a florescer,
de um coração palpitar pelo inquieto,

É tempo do tempo ser.. É tempo

1 # comentários:

Enzo de Marco disse...

ok gilson gostei, um poema com vida e desejo , , parabens pela iniciativa e espero que escreva sempre ok
j� add nos meus links favoritos
ah n�o esque�a de passar no meu blog diario de enzode marco
sauda�es