Beijando-a na estação sem metrô
dentro do livro do John Donne
ou beijando-a na biblioteca,
não no jardim do mosteiro
ou no pátio da faculdade do mosteiro,
beijando-a de longe:
na espera da sua chegada beijando-a na espera
e na chegada dela
beijando-a na chegada
ou não a beijando,
esperando ela na espera para o beijo e
na chegada dela
beijando-a na sua espera.
E depois que beijar
lá na sacada
deixa-la partir
para os que não a beija,
para os que não reza.
30.1.12
25.1.12
mesmo tema com sutil variação.
Turris Sapientiae, 1470 |
não há muitos assuntos na literatura.
embora os cínicos dissimulem sempre nos seus ofícios de encher sacos com vento, de dançar com o éter ou o vazio que embora seja outro tema é uma fuga para que se não diga o que importa e é uma variação, portanto do nada e do medo ou ainda da incapacidade de dizer o que importa porque certamente é mais lucrativo ou importante para o status a imagem que a essência: o velho problema da doxa e episteme.
desde homero que as lutas são um tema. a amizade e o amor e o amor-de-amizade são os temas. desde cervantes que a amizade é um tema. que o amor é um tema e que a falta dele que leva a loucura é um tema. que a amizade é um tema. desde dante que o amor é um tema. que a amizade é um tema. desde ovídio que o amor é um tema. que a paixão é um tema. desde lorca no seu pranto por ignacio sánchez mejías que o amor é um tema. que amizade é um tema. que a paixão é um tema. desde yourcernar que a paixão é um tema. que a amizade é um tema. que o amor e a paixão são os temas. desde dostoiévski que o amor que salva é um tema. que a loucura é um tema. que a amizade é um tema. desde...
eu poderia enumerar um catalogo para lhes atravessar os horários das três refeiçoes do dia. o amor desde sempre é a questão da literatura e se Deus tem nome mais encarnado esse nome é amor. é um tema.
o mal na giesta do gilgamesh é uma variação do mesmo tema. da sua ausência-presença. certamente o mahabharata deve tratar do amor. o amor vende bastante, é o tema da moda, o assunto de sempre.
21.1.12
"memento pulvis quia homo es, et in hominem reverteris" padre antónio vieira, sermão de quarta-feira de cinzas.
manoel joaquim de carvalho jr. no livro que antecede o que deveria ser chamado de marco nacional, em busca do ser, deus e liberdade, propõe amplo e orgânico estudo (como diz franco polato, na época professor na universidade de bologna). o seu programa quer perscrutar aquilo que o próprio título propõe: deus e liberdade, bem como todos os seus desdobramentos de afirmação e negação.
o esquema segundo polato segue da seguinte forma:
liberdade - universo material - Deus
tempo > espaço> movimento > casualidade > mundo > homem >
consciência > conhecimento > reflexão > criação > nada > mal >
morte > vida> ato > vontade > verdade > história > dialética > ser
no capítulo dedicado à morte cito a tal anotação de manoel joaquim de carvalho jr. que tanto inquieta e que quero transcrever :[ vale dizer que seu pensamento em torno do que entendemos por morte se movimenta enquanto crítica ou aquilo que aproxime-se (e ultrapasse, transborde ou extrapole) à crítica, -- uma reflexão -- ao modo de "heidegger" pensar Deus e o mundo e pensar "o homem" para morte ]:
é como dizer: a morte é um fim para a vida não para o amor uma vez que "o amor é forte, é como a morte." (Ct 8,6)
manoel joaquim de carvalho jr. no livro que antecede o que deveria ser chamado de marco nacional, em busca do ser, deus e liberdade, propõe amplo e orgânico estudo (como diz franco polato, na época professor na universidade de bologna). o seu programa quer perscrutar aquilo que o próprio título propõe: deus e liberdade, bem como todos os seus desdobramentos de afirmação e negação.
o esquema segundo polato segue da seguinte forma:
liberdade - universo material - Deus
relações:
tempo > espaço> movimento > casualidade > mundo > homem >
consciência > conhecimento > reflexão > criação > nada > mal >
morte > vida> ato > vontade > verdade > história > dialética > ser
no capítulo dedicado à morte cito a tal anotação de manoel joaquim de carvalho jr. que tanto inquieta e que quero transcrever :[ vale dizer que seu pensamento em torno do que entendemos por morte se movimenta enquanto crítica ou aquilo que aproxime-se (e ultrapasse, transborde ou extrapole) à crítica, -- uma reflexão -- ao modo de "heidegger" pensar Deus e o mundo e pensar "o homem" para morte ]:
"Se não morrêssemos, não amaríamos."
é como dizer: a morte é um fim para a vida não para o amor uma vez que "o amor é forte, é como a morte." (Ct 8,6)
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16.1.12
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