1.000 anos de orações sobreviverá 1.000 anos. Não. Sobreviverá alias, no eterno e somente lá, nesse tempo ilimitado, alcançará fruição. É que o amor tem seu tempo onde o tempo não tem pressa e é lá que se dá pelo que fica no que passou e no que não pode passar.
A tradição diz o Número porque nosso cérebro necessita da referencia. No entanto, é no Tempo que não tem Tempo que o amor tem seu Lugar-dinâmico: cria intervalos. Traz consigo os segredos, a frieza do silêncio mal interpretado; traz quase sempre o medo do Novo, pois é óbvio que o choque duma formação n'um lugar diferente não rouba a essência da formação poética dum lugar onde geografia não alcança um locus definitivo. Algumas raízes só mais se fortalecem na transitoriedade do seu estar (que é movimento) a saber.
Sua poética acena para uma desterritorialização bastante particular no seu Universo de Beleza e sossego. Vale a pena conferir essa película onde tempo radicalmente não descansa.
1.000 outras coisas tenta 1.000 anos de oração à meditação: porém, muito do que vivemos, ainda está no campo do indizível para recordar Rilk.
Há um modo muito particular para dizer Beleza tão sutil qto p. ex. o pensar de Duns Scotus, que, alí mesmo, o contemplar resolve a inquietação, a tentação do dizer que nunca traduz o dizer: tem mística no filme.
1.000 anos de paciência é o que recomenda-se...